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Acumulado de chuvas gera aumento nos preços do hortifrutigranjeiro

Prejuízos causados as produções são sentidos no bolso do consumidor; alface foi o item com maior porcentagem de aumento

Foto: Carlos Queiroz - DP - Hortaliças foram o grupo com maior variação de preço

Os efeitos das chuvas intensas e da passagem dos ciclones ainda são registrados nos preços dos alimentos. O impacto negativo no setor de hortifrutigranjeiros da Zona Sul tem afetado tanto produtores quanto consumidores. As hortaliças foram o grupo com maior variação de preço. Somente o valor da alface chegou a subir 150%. Já a cebola teve um acréscimo de cerca de 70% no quilo. A oscilação também é sentida em verduras como brócolis e couve flor e em frutas.

Os danos causados pelas chuvas de granizos e grandes volumes de precipitações tiveram consequência direta na escassez dos produtos folhosos. Isso porque as culturas são as mais suscetíveis aos estragos. Além disso, na região, outros alimentos afetados diretamente foram o pêssego e o morango. Conforme o produtor de hortifrutigranjeiros José Benemann, os efeitos das chuvas de semanas ainda serão sentidos por algumas semanas. "Por exemplo, o morango, essa semana, está super escasso porque o tempo úmido apodreceu a fruta nova".

Após 30 dias, a alface e a couve estão entrando no processo de recuperação, o que significa que em breve os consumidores poderão encontrar os alimentos com preços menores. "Hoje as hortaliças estão caras para o produtor e o consumidor, todo mundo sofre com isso. As chuvas de granizo castigaram muito as plantas", explica. Próxima de iniciar, a safra do pêssego poderá apresentar quebra em razão dos prejuízos. Como aponta o produtor, a colheita das primeiras variedades estão atrasadas devido aos efeitos climáticos na maturação do fruto. "O bonão já era para estar no mercado, mas não consegue maturar, fica com um aspecto feio e automaticamente não tem venda. a própria indústria não está conseguindo fazer a compota dele".

Prejuízos e diminuição nos lucros

Para Benemann, neste ano, os lucros da produção alcançaram somente 60% do valor do ano passado. Além dos danos nos alimentos, outro fator que tem contribuído para as perdas são os estragos das chuvas nas estradas e pontes da zona rural. Questão que ocasiona o aumento das rotas do transporte e os gastos com combustível. "Essa área do hortifrutigranjeiro está bem complicada", lamenta.

O produtor dimensiona que a alface chegou a aumentar 150%. No entanto, atualmente os preços estão em queda e ficam com o valor referente a um reajuste de 50%. Já a cebola alcançou alta de 70%. "Está terminando a safra de São Paulo e não era nem para estar vindo cebola de outros estados. Era para estar começando a colher aqui e por enquanto nada", destaca.

As consequências na outra ponta

Frequentadora semanal das feiras ao ar livre, a aposentada Lourdes Nogueira começou a notar o aumento dos preços há cerca de 30 dias. "Estão muito caras as coisas, principalmente o mamão, a alface, o tomate e a abóbora", ressalta. Diante das oscilações, a consumidora chegou a consultar os valores nos supermercados, mas a diferença era mínima e a feira tem a vantagem dos produtos "mais fresquinhos". Dentre os reajustes, o que mais indigna a Lourdes é o preço atual do morango. "Eu acho um absurdo porque somos a terra do morango."

Do mesmo modo que a aposentada, outro frequentador assíduo das feiras é o Fábio Amorim. Entretanto, devido à oscilação dos preços, a ida ao mercado se faz necessário quando há alguma oferta generosa. "Tomate, cebola e batata, isso tudo aumentou bastante". Agora o instrutor diz que as compras se restringem apenas aos itens de mais necessidade na sua cesta básica.

A perspectiva de Benemann pode gerar algum alento aos consumidores. Isso porque, conforme ele, com a chegada das temperaturas mais quentes, alguns preços devem cair. "A previsão é de melhora para os próximos meses".


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